quinta-feira, 19 de abril de 2012

Fazer mais pelos idosos em Lisboa

Lisboa tem 85.000 idosos que vivem sozinhos. Desde o ano passado que se repetem as notícias de idosos encontrados mortos em suas casas. Uma realidade que estava menos visível e por isso esquecida.


Lisboa tem vindo a perder população há mais de trinta anos e a que resta é cada vez mais velha. Este é, aliás, o cenário do país. Portugal é um país a envelhecer.

Estamos longe de ter uma resposta adequada para o envelhecimento da população. Falta dinheiro. Mas tem faltado também verdadeira preocupação. Em Lisboa, se nos perguntarmos qual a estratégia para responder ao problema do envelhecimento, não encontramos resposta. Não há resposta!

Perante as mais recentes notícias de idosos abandonados, a Câmara Municipal lançou uma campanha mediática associada a um número verde. Ainda bem. Mas é pouco. Pouco e tarde.

A evolução etária da população de Lisboa é, há muito, conhecida. O abandono e isolamento dos idosos são conhecidos.

Na Assembleia Municipal, o PSD, propôs e fez aprovar a criação de um Fundo de Emergência Social. Pois bem, a Câmara demorou mais de um ano a concretizar este mecanismo de apoio onde se inclui o apoio aos idosos, directamente ou através do apoio a instituições de solidariedade social que estão no terreno.

Por outro lado, as Juntas de Freguesia, pelo contacto permanente que têm com a comunidade, conhecem bem os problemas concretos da população, nomeadamente as carências dos idosos. Faria sentido reforçar o apoio a estas. No entanto, apesar do apelo do PSD, a Câmara Municipal tem negado o reforço do apoio às Juntas de Freguesia para o efeito.

Não basta uma campanha mediática. No terreno estão as instituições que conhecem os problemas. O caminho para um apoio eficaz aos idosos deve assentar no seu reconhecimento e apoio. Mas cada um de nós também pode fazer a diferença. Conhecemos os nossos vizinhos? Preocupamo-nos com eles?

texto publicado na edição de Abril de 2012

terça-feira, 10 de abril de 2012

Biarritz - 50 anos


Estive hoje no almoço comemorativo da pastelaria Biarritz que comemorou cinquenta anos de existência na passada sexta-feira. Um convite muito simpático dos donos e de um grupo de assíduos frequentadores que organizou o evento.

Foi um momento muito bem passado, entre amigos, antigos colegas e vizinhos, entre várias gerações. Porque a Biarritz deve a sua identidade ímpar de marca da cidade ao significado que tem para o Bairro de Alvalade e para a freguesia de São João de Brito.

Nestes 50 anos, a Biarritz tornou-se a referência e o ponto de encontro de gerações. Tem sido ponto de reunião depois da missa na Igreja de São João de Brito, local de encontro para idas ao futebol, saídas nocturnas, ponto de passagem na saída do Liceu Padre António Vieira, local de encontro de namoros de liceu, espaço para congeminações e acordos políticos, ponto de partida para acções de campanhas eleitorais.

Encontrei e reencontrei as "figuras" da Biarritz com quem tenho partilhado ao longo da vida bons momentos. Sem querer ser exaustivo, lá estava o Miguel Roque (um dos donos), Fernandes Marques - presidente da Junta de Freguesia, o antigo pároco - Padre Lereno, Carmona Rodrigues, Fernando Seara, João Pessoa e Costa, Paulo Fonseca, entre outros. Em representação do presidente da Câmara, esteve presente o vice-presidente - Arq. Manuel Salgado.

Como tive oportunidade de dizer recentemente a um jornal que escreveu sobre esta efeméride: a Biarritz cruza-se com a minha existência.