quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Obras paradas e não identificadas


A Escola do Bairro de São Miguel em Alvalade, agora com a designação (horrível) “EB1 nº 24”, está em obras. Está em obras desde o passado mês de Setembro.

Esta intervenção é a muito ambicionada obra de remodelação e ampliação da cantina da escola. Finalizada esta obra, os alunos poderão deixar de almoçar no ginásio e poderão começar a ter refeições confeccionadas na cozinha e não com recurso a catering que não agrada a quase nenhum aluno ou pai.

Estas obras foram adjudicadas no início do ano 2007 e depois de várias peripécias tiveram finalmente início em Setembro. Mas logo em Novembro, mal tinham começado, votaram a parar. Dantes as obras paravam por falta de pagamento, mas como António Costa resolveu esse problema, essa desculpa já não serve. Mas pararam… Entretanto, esta semana voltou a ser visto algum movimento na obra. Será o recomeço depois de cerca de dois meses em paragem?

Mas há um problema que se mantém. Quem por lá passa não sabe de que obra se trata e qual a sua duração (com ou sem paragens). A única indicação é um grande cartaz com a identificação da empresa responsável (publicidade).

A ausência de identificação e informação sobre obras públicas é uma prática corrente. Infelizmente, as autarquias e a administração pública em geral são pouco cuidadosas quanto à informação aos cidadãos quando realiza obras. O que é exigido aos particulares não é praticado pelas entidades públicas.

As obras públicas são, em geral, aquelas que mais interferem com a vida dos cidadãos. São aquelas que mais causam incómodos. A identificação e informação sobre as obras, nomeadamente a sua duração, devem ser obrigação e prática permanentes. Por uma questão de respeito.


(texto publicado no blog "Cidadania Lx"

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Passeios...


Com um passeio tão largo, havia que lhe dar alguma utilidade...


Av. de Roma, 04-01-2008, 09h13

António Prôa


Texto publicado no blog "Cidadania Lx"

A troca das bandeiras

A Bandeira Nacional no alto do Parque Eduardo VII foi colocada em Setembro de 2005 por iniciativa conjunta da Câmara Municipal de Lisboa e da Agência “AMBELIS”. Foi uma ideia de Pedro Santana Lopes, concretizada durante a presidência de António Carmona Rodrigues. Num mastro de 35 metros de altura, a bandeira nacional tinha uma área de 240 m2. Era a maior bandeira nacional içada em permanência e pretendia promover os valores nacionais através do mais importante símbolo nacional.

Em Madrid, na Plaza Colón, uma enorme bandeira espanhola também se encontra permanentemente içada num imponente mastro desde 2001, por iniciativa do então primeiro-ministro José Maria Aznar. Esta recebe honras todos os meses. A existência de uma grande bandeira nacional hasteada em permanência é uma prática comum noutras capitais.

Enquanto fui vereador na Câmara Municipal de Lisboa com responsabilidades pelo espaço público da capital tinha também a responsabilidade pela manutenção da Bandeira Nacional. Foi com honra que assumi essa responsabilidade de zelar pelo símbolo nacional na capital. Recordo-me da atenção com que era observada e o cuidado com o seu estado. Lembro-me bem da preocupação com o tempo que demoravam os períodos de manutenção. Confesso que na época, com tantas outras preocupações na cidade, por vezes a bandeira não merecia a devida atenção, mas logo alguém me chamava a atenção. Recordo-me até que por vezes era a comunicação social que chamava a atenção para uma ausência mais demorada da bandeira. Mas nesse tempo a comunicação social andava muito atenta…

Há algum tempo passei pelo marquês e verifiquei que a bandeira estava rasgada. Dias depois voltei a passar e a bandeira lá se mantinha rasgada. Não me pareceu um bom prenúncio…

Mas foi nas vésperas do Natal que verifiquei algo insólito. No lugar da Bandeira Nacional encontrava-se uma outra, azul. Não quis acreditar. Confesso que fiquei chocado. A Bandeira Nacional fora trocada pela bandeira da União Europeia (aquela que nem é referida como símbolo da União Europeia no tratado dito de Lisboa). Não procurei justificação. Até porque acho que esta atitude não tem justificação. É mais um gesto provinciano (no pior sentido do termo). E isso é o menos. O mais é a falta de respeito pelo símbolo nacional que é assim trocado com a maior ligeireza, assim como se fosse algo indiferente. De facto é “só” um símbolo mas não deixa de ser simbólico…

Mas se esta troca da Bandeira Nacional com a bandeira europeia me deixou chocado, o que me revolta mesmo é a indiferença aparente com que se assiste a esta atitude. Mas será que ninguém deu por isso? Será que ninguém se importa?! Dantes, quando a Bandeira Nacional tinha um rasgão ou era retirada por uns dias, dava lugar a notícia nos jornais. Agora que foi trocada pela bandeira da União Europeia numa atitude pacóvia só para “europeu ver”, não sei se por causa da assinatura do tratado (porque se fosse por causa da presidência estaria lá desde o início), ninguém quer saber?!

Entretanto a bandeira azul já foi retirada. Mas a Bandeira Nacional continua ausente. Talvez o mastro passe a servir para içar a bandeira do clube que ganhar o campeonato de futebol ou outra idiotice qualquer… É assim quando ninguém se importa!


António Prôa


(texto publicado nos blogs "Cidadania Lx" e "O Carmo e a Trindade")

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008