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Em 2003, Santana Lopes, enquanto presidente da câmara de Lisboa, decidiu adquirir a colecção para criar um museu exclusivamente dedicado à moda e ao design em Lisboa. A solução encontrada resultou num acordo equilibrado com o coleccionador que permite que esta colecção não se desvirtue, continue viva e se desenvolva sem perder o sentido do seu autor.
A concretização do MUDE foi atribulada e polémica. Muitos dos que hoje parecem ser entusiastas e até autores da iniciativa foram, à época, críticos do projecto. O museu que esteve planeado para outros locais de Lisboa parece ter encontrado a sua morada na Baixa. Mas um museu é sobretudo o seu conteúdo e o seu público.
O museu do design e da moda vai ser inaugurado agora mas será encerrado já em Outubro (porquê Outubro?), para depois de iniciarem as obras de adaptação do edifício para acolher em definitivo a exposição.
Então porquê inaugurar agora, assim a correr, um museu provisório? Não é estranho o facto de não ser ter vislumbrado, durante este mandato autárquico, sequer o esboço de uma política para o sector da Cultura. E muito menos estranho a todo este frenesim é o facto de se realizarem eleições autárquicas precisamente em Outubro…
Haja memória. Memória e seriedade. Na vida como na política.
texto publicado no jornal Meia Hora
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