Vale a pena fazer apenas uma pequena nota sobre os critérios de avaliação dos resultados eleitorais autárquicos: São eleições locais. São 308 eleições locais onde, mesmo nos concelhos mais urbanos, a avaliação é muito mais local que nacional. O melhor exemplo disso mesmo está no concelho de Lisboa onde há 15 dias atrás, nas eleições legislativas, a soma de votos do PSD e do CDS daria uma folgada vitória à coligação... Outro exemplo é o de Faro onde o PSD perdeu as legislativas e conquistou a câmara. Por outro lado, tratando-se de eleições locais, conta mais a implantação local do que o somatório nacional de votos. Ou seja, é mais relevante a implantação no território do que a concentração do número de votos.
O PSD não começou do zero absoluto. Aliás, começou bem acima: em 2005 o PSD teve o melhor resultado em 2005 com a conquista de 157 presidências de câmara de um total de 308. Foi esse, portanto, o ponto de partida.
Outro critério para efectuar o balanço, mais subjectivo, são as expectativas geradas. Neste aspecto, não pretendento ser exaustivo, refiro apenas Faro e Lisboa.
Por fim, um outro factor prende-se com as condições políticas do partido no momento. Neste caso, a situação era (e é) de profunda divisão interna com situações lamentáveis de uma parte do partido a desejar a derrota da outra e de desânimo perante a dura derrota eleitoral sofrida nas eleições legislativas.
É nestas circunstâncias que a avaliação dos resultados eleitorais deve ser efectuada. Temos pois uma diminuição significativa do número de presidências de câmara. De 157 o PSD passou para 139 presidências. No entanto continua a deter a maioria das câmaras e continuará, em consequência, a presidir á Associação Nacional dos Municípios. Vale a pena referir ainda que o PSD detinha, e continua a deter, a maioria das presidências de juntas de freguesia.
Relativamente à conquista das duas capitais de distrito referidas, acabou por vencer em Faro, não reconquistando Lisboa.
Sucede que, além da conquista de Faro e também de Felgueiras, em geral o PSD perdeu e em autarquias com particular significado como são os exemplos de Leiria, Trofa e Figueira da Foz.
Perante estes factos, o PSD perdeu ou ganhou? Na minha opinião, nem uma coisa nem outra. O problema é que o PSD, nas circunstâncias de um PS supostamente desgastado, tinha a obrigação de ganhar e isso também não se verificou. Nessa medida o PSD acabou mais fragilizado.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
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