A semana que passou ficou marcada, na área da educação, por uma manobra de propaganda. Com pompa e circunstância o Ministério da Educação anunciou um estudo da OCDE – uma organização internacional com grande credibilidade em matérias relacionadas com a educação, que dava conta do grande sucesso de Portugal na educação.
Mas afinal, depois de deliberadamente ter feito passar a ideia que o estudo era de facto elaborado de forma “independente” e pela OCDE, o Primeiro-ministro, desmascarada a falsidade, teve de admitir que afinal o estudo foi encomendado e pago pelo próprio Ministério da Educação.
Mas é justo referir que houve alguma evolução positiva nestes anos de governação, nomeadamente no primeiro ciclo. O aumento do período de frequência escolar diário, a generalização das aulas de inglês, as demais actividades chamadas de enriquecimento curricular ou o apoio ao estudo são princípios meritórios.
Hoje, verificando o que sucede na prática, pese embora o esforço e empenho de professores e outros agentes envolvidos, constata-se que as novas actividades são quase só intenções. E que, como quase sempre sucede, a massificação conduziu a uma diminuição da qualidade.
É uma evidência que o tempo de permanência dos alunos nas escolas aumentou. Mas de pouco servem aulas de ginástica onde as crianças mais não fazem que correr ou aulas de música onde apenas se toca pandeireta, numa Escola em que a existência de elementos de estudo para as aulas dependem das fotocópias que os pais têm de garantir.
É uma evidência que o tempo de permanência dos alunos nas escolas aumentou. Mas de pouco servem aulas de ginástica onde as crianças mais não fazem que correr ou aulas de música onde apenas se toca pandeireta, numa Escola em que a existência de elementos de estudo para as aulas dependem das fotocópias que os pais têm de garantir.
Mesmo com a propaganda de estudos equívocos que acenam com sucesso, a Escola Pública de hoje é mais pobre e uma Escola pobre com pobre Ensino faz um país pobre.
texto publicado no jornal "Meia Hora"
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