segunda-feira, 6 de maio de 2013

Cidade para as famílias

Portugal está a ficar velho. Lisboa está a ficar deserta. Mais importante que o défice do orçamento é o défice de natalidade.

Para além das dificuldades conjunturais, a vida nas cidades é especialmente exigente. De forma quase paradoxal, as cidades são pólo de atracção da população, mas são também espaços de grande agressividade para quem nelas vive.

Em Lisboa, o futuro depende do seu dinamismo. E este, da capacidade de gerar novas ideias com novas pessoas. Lisboa tem de fazer uma aposta nas pessoas.

Lisboa deve definir uma estratégia que transforme a capital numa cidade familiarmente exemplar.

O exemplo deve começar “em casa”. Por isso, a câmara municipal deve organizar os serviços de modo a que os seus funcionários possam compatibilizar as responsabilidades profissionais com a família nomeadamente em termos de conjugação de horários. De seguida, importa “disseminar “ boas práticas de organização e conciliação com as empresas da cidade.

A reabilitação urbana, nomeadamente as tipologias das habitações, localização de equipamentos, estacionamento e usos, devem condicionadas a uma estratégia de promoção da atractividade das famílias.
A mobilidade é um factor crítico nas cidades e deve ser desenhada em função da facilitação da logística familiar.

Os equipamentos também devem ser repensados no sentido de proporcionar conforto às famílias. A rede de infantários, escolas, equipamentos desportivos e culturais devem adequar a oferta às necessidades, desde logo em termos geográficos e nos horários.

O espaço público deve ser desenhado em função de uma oferta adequada para a utilização das famílias, fomentando a segurança e a apropriação.


Lisboa quer ser uma cidade competitiva mas acolhedora. Para novas ideias, para novas empresas, mas também para novas famílias.


texto publicado na edição de Maio do Jornal de Lisboa

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