O Governo anunciou uma ambiciosa estratégia de
desenvolvimento do porto de Lisboa assente no reordenamento das actividades das
zonas ribeirinhas do estuário do Tejo, envolvendo um investimento de cerca de
mil milhões de euros, dos quais 80% serão privados e apenas 20% com recursos
públicos.
O plano apresentado terá impacto em vários municípios das
margens do estuário do Tejo, destacando-se como mais relevantes as intervenções
na Trafaria (Almada), com a construção de um novo terminal de contentores, em
Pedrouços (Lisboa), com a construção de uma marina e em Santa Apolónia (Lisboa),
com a construção de um novo terminal de cruzeiros.
Deste modo, reafirma-se a polivalência e complementaridade
das actividades portuárias e a sua importância para o desenvolvimento económico,
turístico e de recreio. Em simultâneo, aponta-se de forma clara a localização
adequada de cada uma das actividades, fazendo corresponder a cada uso as
aptidões do território.
O porto de Lisboa deve continuar a promover o transporte e
distribuição de mercadorias. Essa actividade deve ser concentrada na margem
sul, com melhores condições naturais, desde que salvaguardadas as questões
ambientais e garantidas as acessibilidades.
A criação de condições para o aumento do turismo de
cruzeiros em Lisboa corresponde a uma estratégia adequada para promoção
turística de Lisboa.
Por fim, a aposta no recreio, lazer e desportos náuticos,
corresponde ao desenvolvimento de um potencial natural que, incompreensivelmente
tem permanecido adiado.
A este propósito, cabe afirmar que é tempo de se promover a
relação dos lisboetas com o “seu” rio. Naturalmente que são importantes as
iniciativas que qualificam a margem do Tejo. Mas é tempo de nos indignarmos
pelo facto de não existir um programa nas escolas de Lisboa que promovam o
conhecimento e o contacto com o rio, bem como a promoção de actividades
náuticas.
Texto publicado na edição de Abril de 2013 do Jornal de Lisboa
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