quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Operação de ocultação da crise

O estratagema montado pelo Governo para ocultar a crise que o país atravessa foi esta semana desmascarado. Primeiro foram as denúncias da oposição sobre a ausência de medidas de combate à crise. Depois as previsões de analistas e instituições que contrariavam os números do governo. Agora os números da Comissão Europeia que deitam por terra as encenações do governo português sobre a situação económica do país.

O Orçamento do Estado para 2009 foi promulgado há menos de um mês, mas ainda antes da sua promulgação já o Governo anunciava uma correcção que tinha recusado durante a sua discussão. Esta semana foi apresentado o orçamento rectificativo que o ministro das finanças ainda tentou mascarar de “suplementar”, mas ainda esta rectificação não foi aprovada e o governo já vem admitir outra correcção…

A evolução recente sobre as previsões de três indicadores para 2009 atesta o descrédito do governo. Atente-se nestas três fontes: orçamento de estado; orçamento rectificativo e previsão da Comissão Europeia. PIB: 0,6%; -0,80% e -2%. Défice: 2,20%; 3,90% e 4,60%. Desemprego: 7,60%; 8,50% e 8,80%.

O Governo costuma defender-se com a imprevisibilidade da evolução da crise mundial. Sucede que outros previram antecipadamente, não só a crise, como os números da crise que o Governo preferiu ocultar até ao limite da evidência (recorde-se que até a algumas semanas atrás José Sócrates recusava admitir a recessão). Com esta atitude o Governo não promoveu a mobilização antecipada das famílias e das empresas e assim o país não se preparou adequadamente para a grave situação económica em que se encontra.

Este Governo não fala verdade, não transmite credibilidade e não gera confiança.

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