sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
Sá Fernandes faz aproveitamento político no caso do acidente no Parque Oeste
A proposta foi apoiada e aprovada por todos os vereadores. Eu próprio, presente na reunião substituindo o vereador Fernando Negrão, tive oportunidade de referir que muito lamentava o ocorrido no passado dia 4 de Novembro e que, independentemente do apuramento de responsabilidades, considerava que perante esta situação, era adequado o apoio proposto.
Ainda durante a reunião, foram os vereadores surpreendidos por um conjunto de notícias na generalidade dos jornais de ontem com uma informação comum: O vereador Sá Fernandes do Bloco de Esquerda quer que a câmara apoie a família do jovem que faleceu. Quase dando a entender que ele queria mais que os outros… Esta foi claramente uma acção concertada, no sentido condicionar e antecipar a discussão e deliberação da CML.
Perante estes factos, venho por este meio repudiar veementemente a atitude do vereador Sá Fernandes, que ao fazer propaganda intencional, antecipada e repetida do apoio, tenta fazer um inadmissível aproveitamento político de toda a situação.
O lamentável acontecimento convida à serenidade, à tomada imediata de medidas de forma a evitar a repetição do sucedido, à averiguação (urgente) de responsabilidades, solidariedade para com a família e respeito pelo luto familiar. Esta seria a atitude correcta e não aquela de repetidas investidas mediáticas do vereador Sá Fernandes sobre a questão.
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Notas sobre o orçamento da CML III – Pequenas coisas com actor errado
São “pequenas coisas” o arranjo de um passeio, de uma rua, de uma escada ou de um corrimão, a melhoria da iluminação, a limpeza ou lavagem das ruas, a manutenção de pequenos espaços verdes, a colocação de mobiliário urbano, a fiscalização da ocupação da via pública, a correcta sinalização, etc.
Estas são normalmente os principais problemas dos lisboetas. Estes são os problemas locais, do bairro, da rua. Pelas suas características, estes são os problemas que as juntas de freguesia melhor conhecem devido à sua proximidade, pois são elas que todos os dias são interpeladas pelos seus fregueses sobre estas “pequenas coisas”.
Mas para além do conhecimento privilegiado das juntas de freguesia perante este tipo de questões mais localizadas, estas autarquias dispõem de mecanismos mais ágeis e normalmente mais eficazes para a respectiva resolução mais célere e mais adequada.
Sucede que a gestão do Partido Socialista e do Bloco de Esquerda não pensa assim. Caso contrário verificar-se-ia um aumento das verbas a transferir para as juntas de freguesia concretizarem estas pequenas intervenções. E isso não sucede.
Quando detive responsabilidades, nomeadamente no relacionamento institucional com as juntas de freguesia dei início a um processo de transferências para as juntas de freguesia destinado precisamente a pequenas intervenções no espaço público.
No orçamento da câmara municipal para 2008, inicialmente estava prevista uma redução nas verbas a transferir para as juntas de freguesia. Foi por proposta do PSD que esse valor foi elevado de modo a igualar o previsto no orçamento de 2007, valor que tive o gosto até de precisar após algumas dúvidas.
O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa para 2008 pode ser um orçamento de pequenas coisas, mas caso não seja depositada confiança na capacidade de realização das juntas de freguesia, o protagonista da resolução dos pequenos problemas será desadequado. Quem ficará a perder será a cidade e serão os lisboetas.
(Declaração de interesse: Participei na discussão e votação do orçamento da Câmara Municipal de Lisboa de 2007 e de 2008 na qualidade de vereador em representação do PSD)
António Prôa
(texto publicado no blog "Cidadania Lx")
Notas sobre o orçamento da CML II – As horas extraordinárias
O orçamento de 2008 da Câmara Municipal de Lisboa proposto pela gestão do PS/Bloco de Esquerda prevê um corte significativo na despesa com horas extraordinárias e trabalho em dias de descanso e complementar (que adiante designarei genericamente por “horas extraordinárias”) face ao orçamente de 2007.
Esta medida de redução das verbas destinadas às horas extraordinárias é bem a imagem desta gestão da câmara de Lisboa, muito preocupada com as aparências. Aparentemente, as horas extraordinárias serão um desperdício resultante de má gestão e falta de produtividade. É essa a imagem da opinião pública. É essa prioridade às aparências que leva a ser tomada esta medida.
A redução tão significativa e tão brusca das horas extraordinárias na CML é preocupante. Não pela medida em si, mas pelas inevitáveis consequências para a qualidade de vida em Lisboa.
A redução dos encargos com horas extraordinárias não é impossível:
Verificando-se uma profunda reestruturação orgânica dos serviços da câmara. Não é o caso;
Se for alterado o modelo de gestão municipal, passando algumas das responsabilidades do municipais para as empresas municipais ou concessionando serviços que hoje são efectuados pelo municípios a empresas privadas. Não ocorreu;
Aumentando o número de funcionários da câmara municipal e assim redistribuindo as tarefas por mais trabalhadores. Não sucederá;
Alargando o quadro de transferências para as juntas de freguesia, cometendo a estas a responsabilidade de tarefas que hoje estão centralizadas. Não se concretizará
Não ocorrendo nenhuma das situações acima referidas, a consequência da redução das horas extraordinárias na câmara de Lisboa será a diminuição do nível de serviço prestado pela Câmara Municipal de Lisboa à cidade que se traduzirá em problemas de limpeza, manutenção e funcionamento de equipamentos da cidade.
(Declaração de interesse: Participei na discussão e votação do orçamento da Câmara Municipal de Lisboa de 2007 e de 2008 na qualidade de vereador em representação do PSD)
António Prôa
(texto publicado no blog "Cidadania Lx")
Notas sobre o orçamento da CML I - Um orçamento equívoco
O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa para 2008 não é de 545.983.224 €. O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa em 2008 será de 905.983.224 €. O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa proposto para o ano de 2008 pela maioria PS/Bloco de Esquerda foi proclamado como um orçamento de contenção, muito inferior ao orçamento de 2007. Mas esta afirmação é equívoca. O orçamento de 2008, tal como está apresentado, não é comparável com o de 2007. Aliás, o orçamento de 2008 da câmara de Lisboa não é comparável com nenhum orçamento anterior.
O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa para 2008 não é de 545.983.224 €. O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa em 2008 será de 905.983.224 €. Ao contrário de todos os orçamentos da CML que fui conhecendo e discutindo ao longo de vários anos, desta vez, de forma inédita, a dívida a fornecedores desaparece. É omitida. Mas também o empréstimo já aprovado (e que certamente será visado pelo tribunal de contas presidido pelo ex-colega de governo de António Costa) não é contemplado.
O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa para 2008 não é de 545.983.224 €. O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa em 2008 será de 905.983.224 €. O orçamento de 2008, tal como é apresentado é um orçamento invejável para qualquer autarca. Todas as dívidas do passado são pagas com recurso a um empréstimo. De forma absolutamente inédita em Lisboa, o orçamento de 2008 é limpo de qualquer dívida do passado. Integralmente disponível para aplicar no ano de 2008. Mas o mais extraordinário é que a actual gestão da CML ainda se permite atirar os encargos resultantes da contracção do empréstimo para quem vier, não neste, mas para próximos mandatos.
O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa para 2008 não é de 545.983.224 €. O orçamento da Câmara Municipal de Lisboa em 2008 será de 905.983.224 €. Mas o empréstimo vai ter de aparecer no orçamento. E a dívida também. Resta saber com que instrumento. Se for através de uma alteração orçamental terá um inconveniente é que fugirá ao controle da Assembleia Municipal conforme compromisso do presidente da câmara. Se for em revisão do orçamento com escrutínio da assembleia municipal, então terá de esperar pelo momento habitual desse instrumento que só ocorre durante o mês de Abril. Este prazo contraria a alegada urgência tão repetida pelo presidente da câmara. Finalmente ainda fica por esclarecer a natureza da dívida. De acordo com o orçamento aprovado, a folga para a consideração da dívida enquanto despesa corrente está limitada a 61 M€ (correspondente à diferença entre a despesa corrente e a receita corrente) o que me parece manifestamente insuficiente dada a natureza provável da dívida (corrente).
(Declaração de interesse: Participei na discussão e votação do orçamento da Câmara Municipal de Lisboa de 2007 e de 2008 na qualidade de vereador em representação do PSD)
António Prôa
(texto publicado no blog "Cidadania Lx")
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
ASAE
Vivam os galheteiros. Vivam as castanhas assadas embaladas em folha de lista telefónica. Vivam as sardinhas no pão do Santo António e o vinho em jarro. Vivam os pires de tremoços e as talhas de azeitonas. Vivam os bolos e os gelados na praia. Vivam as sandes de coiratos nas roulottes da bola. Viva o frango assado nas feiras, as farturas e o algodão doce.
Haverá, por vezes, excesso de zelo na actuação da ASAE. Verifica-se também uma enorme ânsia de protagonismo de alguns dirigentes da ASAE. Mas a origem do problema está em Bruxelas, lá, entre as dezenas de milhar de burocratas que precisavam de fazer umas viagens ao jeito daquelas que a União Europeia financia para os "europeus" conheceram a realidade da "Europa".
Parte significativa da causa desta aparente ditadura da ASAE reside na atitude passiva dos portugueses que permitem que a legislação portuguesa assuma todas as barbaridades determinadas pelos burocratas europeus.
António Prôa
(texto publicado no blog "O Carmo e a Trindade")
sábado, 1 de dezembro de 2007
Hora ilegal
O relógio do Cais do Sodré voltou a dar horas.
Podia ser uma boa notícia, depois de toda a descaracterização a que foi sujeita a Praça Duque da Terceira com a construção dos edifícios que vão albergar as agências europeias com sede em Portugal. Mas na realidade, é uma notícia amarga pois a instalação do novo relógio segue a mesma linha de descaracterização referida.
Ali, no lugar do "novo" relógio havia um "antigo". Não era um relógio qualquer. Era o relógio da "hora legal" instalado em 1914 (segundo a informação que recolhi) que fornecia a hora oficial de Portugal, definida por decreto que entrou em vigor em 1912. Então (como actualmente), foi cometida ao Observatório Astronómico da Ajuda da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa a responsabilidade de fornecer a informação oficial sobre a ora exacta em Portugal. O relógio do Cais do Sodré recebia também a informação da hora directamente do OAL. Actualmente, o OAL garante a hora através de sofisticados é extremamente precisos relógios atómicos.
O relógio da hora legal do Cais do Sodré não se situa ali por acaso. O relógio, naquele local, servia para informar os barcos que deixavam o estuário do Tejo da hora precisa que era utilizada para que os cronómetros marítimos, instrumentos preciosos para a navegação, fossem acertados.
A Administração do Porto de Lisboa "dona" do relógio da hora legal (mas não "dona" da cidade nem da história e da função do relógio) resolveu colocar o original em exposição na Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos, em Alcântara. E no seu lugar colocou um novo relógio que no entendimento da APL é de "tecnologia digital e design bem mais moderno"... E com mais um "pormenor": o relógio do Cais do Sodré deixou de ser da "hora legal" e passou a ser como os outros relógios...
O relógio da hora legal, no Cais do Sodré não estava ali por acaso. Tem uma história e tinha uma função. A APL resolveu troca-lo por um relógio qualquer.
A curiosa coincidência com o eventual início de um novo relacionamento entre a cidade e a "sua" zona ribeirinha constitui uma excelente oportunidade para que se reponha a "hora legal" no Cais do Sodré. E não venham com dificuldades financeiras por que não é nada do outro mundo!
Fica aqui o apelo, o desafio à Câmara Municipal de Lisboa, ao Governo, ao Dr. José Miguel Júdice e até à APL para que se respeite a história, a identidade da cidade e do Cais do Sodré. E não se trata de demolir os edifícios que serão sede das agências europeias. É tão só repor a hora legal no relógio do Cais do Sodré.
P.S.: Parabéns e sucesso ao novo blog "Observatório dos Relógios Históricos de Lisboa". Bem a propósito...
António Prôa
(texto publicado no blog "Cidadania Lx"
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Pôr da Terra...
A Japanese moon probe has replicated the famous Apollo-era "Earth-rise" photograph with modern high-definition imaging.
The Kaguya spacecraft, also called Selene, has been orbiting 62 miles (100 kilometers) above the moon since Oct. 18.
The new Earth-rise image shows our blue world floating in the blackness of space. Released today, it is a still shot taken from video made by the craft's high-definition television (HDTV) for space.
A second image, taken from a different location in the lunar orbit, has been dubbed Earth-set. A related series of still images shows our planet setting beyond the lunar horizon.
In the Earth-set image, Earth appears upside-down; visible are Australia and Asia. A region near the moon's south pole is seen in the foreground.
The footage was taken Nov. 7 using equipment provided by the Japan Broadcasting Corporation (NHK).
The orbiter mission is run by the Japan Aerospace Exploration Agency (JAXA). Its first high-definition videos of Earth were sent back last month. The mission objectives are to obtain scientific data on the origin and evolution of the moon and to develop the technology for future lunar exploration.
in Space.com
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
A SRU Oriental
Ontem à noite, a notícia da visita da Polícia Judiciária às instalações da Sociedade de Reabilitação Urbana Oriental, fez recordar os últimos meses da anterior gestão em que as notícias de visitas da Polícia Judiciária a instalações da Câmara Municipal de Lisboa eram uma constante.
Curiosamente nunca mais se ouviu falar em resultados das investigações ou outras diligências. Talvez agora já não interesse, talvez agora já não seja necessário. Mas não é por isso que escrevo.
A notícia de ontem, com a perspectiva de apenas uma das partes era claramente parcial. E muito grave, na medida em que punha em causa a seriedade de uma pessoa sem cuidar sequer de lhe dar direito ao contraditório. Com a primeira versão da notícia, foram divulgadas muitas imprecisões e algumas falsidades.
Teresa Goulão, ex-presidente do Conselho de Administração da SRU Oriental foi alvo de suspeições e acusações veladas que posteriormente, através do esclarecimento da própria e de um comunicado da Procuradora Geral Adjunta, vieram a revelar-se infundadas. Só podia ser assim.
Conheço a Dra. Teresa Goulão e sei da sua verticalidade. As investigações que ela própria solicitou e que ontem tiveram um episódio mediático irão permitir a clarificação de tudo. Devemos esperar com serenidade.
Já hoje a câmara demitiu o administrador que restava na SRU Oriental e nomeou novo conselho de administração.
A Dra. Teresa do Passo de Sousa, actual presidente do Conselho de Administração da SRU Ocidental, foi nomeada para presidir ao mesmo órgão da SRU Oriental.
Conheço a Dra. Teresa do Passo. Acompanhei o excelente trabalho que desenvolveu na SRU Ocidental que espero venha a ser aplicado na respectiva zona de intervenção (Ajuda e Belém). Estou certo que o seu desempenho nas novas funções será a confirmação da sua dedicação, profissionalismo e competência. Assim tenha as condições necessárias.
António Prôa
(texto publicado nos blogs "Cidadania Lx" e "O Carmo e a Trindade")
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Aqueduto Iluminado
Embora este monumento seja propriedade da EPAL, foi a Câmara Municipal de Lisboa a entidade responsável pela renovação da iluminação deste monumento (o que aliás sucede com muitos outros monumentos de Lisboa cuja propriedade é de outras entidades mas cuja iluminação é da responsabilidade da CML). Os serviços de iluminação pública da CML estão de parabéns.
terça-feira, 13 de novembro de 2007
Mais uma "operação"...
António Costa veio anunciar mais uma "operação" de pintura de passadeiras a pretexto do período do Natal. A anterior "operação", também de pintura de passadeiras, ocorreu em Setembro e dessa vez era junto das escolas. Como então não foi cumprida integralmente essa "operação", relembro aqui uma passadeira esquecida. Podia começar por aqui a nova "operação"... Se não fica para a "operação" da Páscoa...
António Prôa
(texto publicado no blog "Cidadania LX")
domingo, 11 de novembro de 2007
Vitória de Carlos Carreiras
"Respeitar, valorizar e defender aquilo que cada militante faz em nome do PSD como património colectivo. Motivar cada militante, aplicando o que cada um melhor pode, sabe e quer fazer. Respeitar as diferenças, congregar vontades, unir esforços. É tudo isto que o PSD de Lisboa precisa. É tudo o que Carlos Carreiras pode promover."
Foi por tudo isto que apoiei e integrei a lista de Carlos Carreiras. Agora é tempo de trabalhar para demonstrar que foi a escolha certa e que pode contribuir para retomar a confiança no PSD.
Resultados:
Inscritos: 12529
Mesa da Assembleia Distrital:
Votantes: 5619
Lista A: 2969
Lista H: 2522
Brancos: 80
Nulos: 48
Comissão Política Distrital:
Votantes: 5615
Lista A: 2977
Lista H: 2512
Brancos: 86
Nulos: 40
Conselho de Jurisdição Distrital:
Votantes: 5617
Lista A: 2954
Lista H: 2538
Brancos: 86
Nulos: 39
quinta-feira, 8 de novembro de 2007
Sobre a mensagem de Helena Lopes da Costa dirigida aos autarcas de Lisboa
O seu conteúdo é ofensivo do respeito merecido pelas pessoas, pelas estruturas locais do partido e pela ética que deve presidir na conduta de quem ocupa cargos políticos públicos em nome do PSD. Num estilo panfletário, populista e pouco rigoroso, promete reconduções nos cargos a uns e condena outros ao degredo com um atrevimento típico de quem não conhece, desrespeitando as estruturas com competências estatutárias para essa decisões, mas mais grave, desprezando o trabalho que alguns militantes desenvolveram em nome do PSD e que é seu património comum.
Sinto-me na obrigação, por imperativo de consciência, em defesa do trabalho que bem conheço desenvolvido por centenas de autarcas do PSD na cidade de Lisboa, em defesa do respeito e consideração pelos órgãos do partido, por respeito pelos muitos militantes que têm colaborado no trabalho autárquico desenvolvido pelo PSD em Lisboa no passado, no presente e no futuro, mas sobretudo em nome dos princípios de que não abdico, de denunciar esta agressão ao património colectivo do nosso partido que são todos os nossos militantes e o trabalho por eles realizado em nome do PSD.
A companheira Helena Lopes da Costa lança argumentos falaciosos, promovendo a intriga pessoal, apropriando-se de vitórias que não só não participou como foi ostensivamente contra, como foi caso da escolha do candidato e respectiva vitória do PSD para a Câmara Municipal de Lisboa em 2005 e de que, como sabem, fui testemunha privilegiada.
Mais grave ainda, utiliza as derrotas do partido para com isso justificar a sua metodologia e estratégia. Faz referência à "derrota humilhante de Julho de 2007".
De facto foi uma derrota muito sentida.
Contudo ela foi travada com a lealdade para com partido por um conjunto alargado de militantes, num contexto político difícil, mas onde Todos fizeram um enorme esforço, em nome do PSD, para vencer, tal como o tinham feito com Marcelo Rebelo de Sousa, Macário Correia, Ferreira do Amaral, Pedro Santa Lopes e Carmona Rodrigues.
E onde estava Helena Lopes da Costa? Esteve longe… Sem nunca manifestar qualquer apoio ou solidariedade para aqueles que se dispuseram a dar a cara pelo PSD. Mas pronta para utilizar a derrota em benefício da sua ambição de poder.
Tenho uma história de muitos anos de trabalho autárquico em Lisboa de que me orgulho ao serviço PSD e de Lisboa, enquanto autarca de freguesia, membro da Assembleia Municipal, vereador da oposição e vereador com pelouros no executivo municipal.
Sempre trabalhei numa estreita relação com todos os presidentes de Juntas de Freguesia e demais autarcas. Fiz sempre questão de prestar contas do trabalho desenvolvido. Foi um trabalho fantástico que, em conjunto, partilhámos e concretizámos para a cidade de Lisboa. Cada um com as suas competências mas sempre com o mesmo objectivo: Assumir o compromisso do PSD para com a cidade de Lisboa, correspondendo aos anseios dos Lisboetas. Colocar em causa este trabalho é colocar em causa o trabalho de cada um destes autarcas o que manifestamente não merecem.
Prezo a autonomia das estruturas locais e considero fundamental a solidariedade e o reconhecimento pelo trabalho desenvolvido por militantes que enquanto autarcas dão a cara em nome do PSD defendendo as propostas do PSD, tentando representar o PSD com dignidade.
Tomo a liberdade de apelar à vossa participação neste acto eleitoral de quinta-feira próxima, 8 de Novembro, e dizendo de uma forma convicta que apoio e voto na candidatura do companheiro Carlos Carreiras.
Respeitar, valorizar e defender aquilo que cada militante faz em nome do PSD como património colectivo. Motivar cada militante, aplicando o que cada um melhor pode, sabe e quer fazer. Respeitar as diferenças, congregar vontades, unir esforços. É tudo isto que o PSD de Lisboa precisa. É tudo o que Carlos Carreiras pode promover.
Saudações sociais democratas,
António Prôa
terça-feira, 30 de outubro de 2007
Um "número" de António Costa
Esta foi a informação fornecida pela “fonte da presidência” à comunicação social em jeito de balanço do primeiro mês da operação de “tolerância zero” ao estacionamento ilegal em Lisboa.
Esta foi a notícia de vários órgãos de comunicação social. Assim mesmo. Sem questões, sem interpretações, sem dúvidas!
Ficámos assim a saber, de “fonte da presidência”, através da comunicação social, que foram autuados 5.024 veículos, 1534 foram bloqueados e 277 rebocados.
Mas não sabemos o que estes números significam. E isso é que seria relevante. Há alguma estimativa sobre quantos veículos por mês cometem infracções de estacionamento em Lisboa? E que valores foram os verificados no mês anterior? E no ano anterior? Essas eram as questões que deveriam ter sido respondidas (talvez não tenham sequer sido colocadas) pela “fonte da presidência”. Com estes dados poderíamos avaliar o trabalho desenvolvido. Sem eles são apenas números sem significado.
A notícia, dada como foi pela comunicação social, não informa coisa nenhuma. A “fonte da presidência” foi bem sucedida. Disse o que quis. Divulgou o número redondo “5.000” que enche o olho mas que não significa nada. O que ficou foi o “número” e era isso que importava…
António Prôa
(texto publicado no blog "O Carmo e a Trindade")
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Declaração de apoio a Carlos Carreiras
António Prôa
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Um bom exemplo
O presidente da Junta de Freguesia – João Mesquita, fez uma aposta clara na requalificação da Praça da Alegria. E já começou. A requalificação do jardim é já uma realidade desde este verão com o forte empenho (e investimento) da junta de freguesia, tendo necessitado apenas de que a câmara não fosse um obstáculo… E conseguiu!
O jardim Alfredo Keil, que até há pouco mais de um ano se tinha transformado num ponto de paragem de delinquentes, num espaço com canteiros, iluminação e um lago degradados, voltou a ser hoje um espaço agradável, bem cuidado e até com animação. Esta intervenção deve-se à persistência de João Mesquita que eu tive o gosto de acompanhar de perto.
Mas a notícia de hoje dá conta de maior ambição por parte da junta de freguesia. Quer concretizar uma intervenção de requalificação integrada, incluindo no processo a reabilitação do edificado e o potencial cultural existente, dotando o que é apelidado de “triângulo cultural” de espaço para exposições, café concerto, centro de documentação, auditório, etc. É este o caminho!
Lisboa, além da reabilitação do espaço, necessita da requalificação da envolvente física mas também cultural e social. É essa a abordagem correcta na requalificação que se pretende sustentável da cidade.
Mas este é também um bom exemplo da possibilidade de intervenção das juntas de freguesia, que pode (e deve) ir muito além daquelas que são as diminutas competências legais das juntas de freguesia. Assim se permita desenvolver esse potencial de intervenção e serão os munícipes (neste caso os fregueses) e a cidade a ganhar.
António Prôa
(publicado no blog "Cidadania Lx")
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Ser pequeno
Quero com isto dizer que melhor teria sido que o nosso presidente da república e o nosso primeiro-ministro tivessem o desassombro de ter recebido Dalai Lama aquando da sua recente visita a Portugal.
Enquanto nos vergarmos aos “interesses” e às conveniências seremos sempre pequenos.
António Prôa
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Um símbolo que não soubemos preservar
A Expo '98 foi uma grande realização mundial que provou que Portugal e que os portugueses eram capazes de concretizar grandes eventos. Foi um acontecimento que contribuiu para a notoriedade internacional de Portugal e de Lisboa. Foi um evento que mobilizou os portugueses.
A Expo '98 foi um pretexto para a renovação urbana em toda a zona de intervenção da exposição. Permitiu modernizar uma parte importante da cidade. Foi um espaço privilegiado para a criação de urbanistas, arquitectos, engenheiros e outros técnicos que demonstraram a sua capacidade de realizar. Nem tudo é perfeito no Parque das Nações e algumas intervenções têm sido erradas mas globalmente continua a ser uma zona da cidade qualificada e em muitos aspectos um exemplo para o resto da cidade.
A Expo '98 é um marco na afirmação internacional de Lisboa e de Portugal. Um exemplo de intervenção urbana integrada e planeada. Um símbolo da nossa capacidade de realizar.
A Torre Vasco da Gama é o símbolo dessa realização. A intervenção prevista, independentemente da qualidade vísivel no projecto, acaba com a Torre tal como ela foi concebida, esconderá definitivamente toda a sua simbologia, constitui uma alteração profunda ao desenho inicial. A Torre Vasco da Gama da Expo '98 desaparcerá.
A Torre Vasco da Gama ficará na história como um símbolo que não soubemos preservar. Um símbolo que não soubemos respeitar.
António Prôa
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Regionalização outra vez?! Municipalismo – A chave do desenvolvimento
Proponente: António Prôa
Ainda não há dez anos, os portugueses disseram “não” à regionalização em referendo convocado para o efeito.
Então, o PS, tal como agora, encontrava-se no governo. O PSD, como hoje, estava na oposição.
O governo e o Partido Socialista de então empenharam-se na vitória do “sim”. Os portugueses pronunciaram-se desfavoravelmente, tendo infligido uma pesada derrota ao PS.
A regionalização socialista
Hoje, é novamente o partido socialista que renova a intenção de trazer para a ordem do dia a questão da regionalização. Curiosamente, o partido que no governo tem demonstrado o seu pendor centralista e ofensivo da descentralização, nomeadamente no ataque sistemático ao poder autárquico, vem agora defender (uma vez mais) a regionalização…
O partido socialista tem-se revelado incapaz de governar com sucesso o nosso país. Hábil nas encenações, o PS tem-se especializado em encontrar factores de distracção para os seus insucessos. A questão da regionalização não é para o partido socialista uma verdadeira prioridade mas um pretexto para desviar as atenções dos erros de governação que comete.
Por outro lado, o partido socialista é confrontado com a incapacidade de dominar o poder descentralizado existente – as autarquias. A prova dessa insatisfação reside nos sistemáticos ataques ao poder local de maioria social-democrata.
Os portugueses teimam em renovar (e até reforçar) a confiança no PSD nas autarquias em sucessivas eleições autárquicas. Esta impotência do PS para tomar o poder autárquico é uma forte motivação para apostar na regionalização como forma de retirar peso e importância aos municípios.
Tradição municipalista
Portugal tem uma tradição de descentralização que se confunde com a própria fundação da nacionalidade. O papel dos municípios no desenvolvimento das comunidades, contribuiu para que adquirissem um forte significado enquanto entidades administrativas, assumindo uma forte identidade com o povo da respectiva jurisdição.
No passado mais distante, em que Portugal era um país com comunidades isoladas, com fraca mobilidade e ausência de comunicações eficazes, os municípios eram o rosto da administração e a entidade a que todos recorriam.
Em momentos de instabilidade política nacional, os municípios foram o rosto da estabilidade e da continuidade da administração.
Mesmo nos períodos de maior pendor centralista do estado, os municípios sempre têm sido o ultimo reduto da descentralização.
O Papel dos municípios hoje
Os factos comprovam a eficiência da gestão municipal no desenvolvimento local. As autarquias locais têm sabido aplicar os recursos colocados à sua disposição de modo mais eficaz que a administração central.
O desenvolvimento local nas matérias que são competência dos municípios contribuiu decisivamente para a modernização do país e para o progresso e bem-estar dos portugueses.
Municipalismo ou regionalização?
Hoje, ultrapassadas as dificuldades de mobilidade e de comunicação, com as diferenças regionais a esbaterem-se numa sociedade globalizada, os municípios podem ser um instrumento útil no reforço da identidade nacional e na defesa da dos valores distintivos das comunidades.
As questões que se colocam ao desenvolvimento nacional são hoje de índole e magnitude diversa, muitas vezes de dimensão supra municipal. Mas dificilmente todos problemas coincidem na mesma região. As questões são hoje de geografia variável.
Por outro lado, a competitividade face ao mundo globalizado impõe agilidade e estruturas com rápida capacidade de resposta que possam ter a flexibilidade de responderem a questões diversas em regiões que variam de problema para problema.
Aposta no municipalismo
Os municípios são capazes de responder aos desafios supra municipais. As associações de municípios correspondem ao desafio da modernidade e da agilidade. Estruturas que resultam da associação de outras preexistentes e que são capazes de dar resposta aos problemas concretos que se colocam e que existem para esse fim preciso.
Estas entidades, cujo aprofundamento foi sempre defendido pelo PSD, têm várias vantagens. Por um lado adaptam-se rapidamente aos desafios que se colocam em cada momento. São dirigidas por autarcas conhecedores dos problemas em causa e que são os primeiros a quererem resolver esses problemas.
O incentivo à criação de associações de municípios evita a criação de novas estruturas administrativas que irão potenciar mais um foco de conflito entre as estruturas de poder, seja a administração central, sejam as autarquias locais.
A aposta no municipalismo através do aumento e aprofundamento da descentralização de competências nas autarquias locais, bem como a possibilidade de associação entre estas, dispensa a criação de outras entidades político-administrativas.
Os municípios são a chave do desenvolvimento.
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
Promessas arriscadas, compromissos falhados
Esta tentação de fazer promessas de grandes operações tem destas coisas. Falha-se!
O presidente da câmara de Lisboa deu início ao seu mandato com compromissos ambiciosos. Este tipo de promessas é habitual em períodos eleitorais onde a tentação de prometer tudo a todos é grande.
Observar a mesma atitude fora desses períodos pode ter uma de duas justificações: ou é uma forma populista de governar ou revela falta de conhecimento sobre a real capacidade de intervir e resolver problemas face às condições existentes e à vida da própria cidade.
Registei três desses grandes compromissos: renovar as passadeiras junto às escolas até ao início das aulas, limpar a cidade e acabar com o estacionamento em segunda fila e em cima do passeio.
Perante os grandes compromissos efectuados pelo presidente da câmara, não querendo antecipar o que logo me pareceu ser inevitável, esperei para confirmar a minha impressão. Infelizmente confirmou-se o que eu esperava. O Dr. António Costa falhou. Não cumpriu.
Quanto às passadeiras e sinalização das escolas é justo referir que houve grande intervenção. Mas logo dei conta de uma escola que terá sido esquecida (como revela a fotografia de uma passadeira por pintar junto à escola 24 do Bairro de São Miguel).
No que respeita à limpeza o falhanço é total. Não que a câmara não disponha de pessoal competente e organizado, mas passar a ter a cidade limpa de um dia para o outro, nas actuais circunstâncias, era o mesmo que dizer que os trabalhadores da câmara e os seus dirigentes andaram até agora a dormir (não creio que o Dr. António Costa cometa tal injustiça). A cidade está suja. Não é de hoje e não acabará amanhã. A mudança faz-se com fiscalização, punição e mudança de hábitos das pessoas. E isso demora. De um dia para o outro, quanto à limpeza da cidade, só mesmo uma grande acção de propaganda para fazer de conta que se está a fazer.
Finalmente o fim do estacionamento em segunda fila e em cima dos passeios que é das questões mais críticas na cidade. Por um lado o Dr. António Costa resolveu bem depressa o reforço da polícia municipal com mais 150 agentes da PSP, até porque isso sucederia fosse qual fosse o presidente da câmara pois foi um processo que tinha já muito tempo (algum até da responsabilidade do Dr. António Costa enquanto ministro). Por outro lado é preocupante se, na tentativa de cumprir mais esta promessa, a polícia municipal deixa de cumprir outras funções importantes na cidade. Na realidade o que se verifica é que, como num jogo do gato e do rato o estacionamento em segunda fila e nos passeios continua por todo o lado.
O problema deste tipo de promessas generalistas do género “acabar com a criminalidade” ou “acabar com as listas de espera nos hospitais”, acabar com isto ou com aquilo, resulta sempre em fracasso porque, por muito injusto que possa ser, há sempre uma pequena falha. Pior ainda é quando a falha não é só uma e não é pequena.
Este conjunto de promessas já serviu para muitos bonecos na televisão e muitas notícias simpáticas porque as medidas são de facto importantes. Mas quanto à sua real resolução dos problemas isso parece não ser a principal preocupação do Dr. António Costa.
Espera-se, a bem da cidade, que a gestão da câmara não continue a ser feita apenas de números mediáticos que têm o seu papel e também são importantes, mas que não chegam para resolver de facto os problemas. Terá sido apenas uma precipitação de início de mandato…
António Prôa
(texto publicado no blog "O Carmo e a Trindade")