sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Conquistar o Estuário do Tejo deve ser um desígnio para Lisboa


O sucesso do evento “Tall Ships” ou a etapa da regata “Volvo Ocean Race” que teve como ponto de chegada o estuário do Tejo em Lisboa deve fazer reflectir sobre a relação da cidade com o Tejo.

Nos anos oitenta a aspiração era a utilização da zona ribeirinha pelos lisboetas. Nessa época vivia-se perante a jurisdição altiva da Administração do Porto de Lisboa de toda a zona ribeirinha. Era o tempo da expressão “Lisboa de costas voltadas pra o Tejo”.

Depois, no início dos anos noventa, surge a primeira zona ribeirinha devolvida aos lisboetas ainda que sob jurisdição da APL. Era a época das “Docas”. Este foi o precedente para que progressivamente mais zonas ribeirinhas fossem destinadas às pessoas para lazer ou desporto.

Mais recentemente, começam a ser desafectadas do uso portuário vastas áreas da zona ribeirinha de Lisboa e devolvidas à jurisdição do município de Lisboa. Lisboa normaliza a sua relação com as margens do Tejo que são crescentemente utilizadas pelos lisboetas.

Adquirida que está a margem do Tejo para Lisboa e para os lisboetas, importa partir para a conquista do Estuário do Tejo.

Lisboa tem um potencial ímpar por desenvolver e potenciar. O Estuário do Tejo é um dos maiores da Europa e tem aliadas condições climatéricas muito favoráveis. O estuário oferece condições ímpares para o lazer, turismo, práticas desportivas, desenvolvimento ambiental, económico e cultural.
Lisboa tem no Estuário do Tejo o próximo desafio de apropriação.

Este caminho de conquista do Estuário do Tejo faz-se com um programa e um plano estruturados, afirmando-o como desígnio para a cidade, envolvendo os lisboetas, os agentes económicos e desportivos, promovendo eventos e projectos e investimentos que utilizem este potencial, definindo objectivos e avaliando a sua concretização.

O sucesso deste desafio depende do empenho, determinação criatividade e capacidade de realização.
Agora que os lisboetas chegaram à margem do Tejo, importa que utilizem o rio.

texto publicado na edição de Agosto de 2012 do Jornal de Lisboa

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