No passado Sábado correspondi a um simpático convite da Quercus para participar num debate sobre os Espaços verdes na cidade de Lisboa.
O meu colega de debate foi o Arq. Duarte Mata, ex assessor de Sá Fernandes e actual deputado municipal eleito pelo PS.
Foi um debate interessante sobretudo por não ter a pressão do (também saudável) debate mais centrado nos argumentos politico-partidários.
Procurei sublinhar três ideias:
Lisboa necessita sobretudo de mais espaços verdes de proximidade e não tanto de grandes parques urbanos. Relativamente a estes, Monsanto, Parque da Belavista e conjunto Parque Oeste e futuro Parque da Coroa noroeste (mais conhecido por parque periférico) cumprem um rácio razoável para as necessidades de Lisboa que corresponde ao padrão internacionalmente aceite como sufuciente. O défice de espaços verdes em Lisboa corresponde aos jardins de bairro. Áqueles espaços verdes cuja distância não exceda os 10-15 minutos a pé. Deverá ser relativamente a esses que Lisboa deve investir. Como exemplo dei o caso da instalação do Jardim do Arco do Cego em 2005. Acriação de um jardim numa zona urbana consolidada foi um marco e deve servir de exemplo.
É urgente definir um modelo de gestão para os espaços verdes da cidade. Primeiro em termos de definição de tipologias e de coberto vegetal adequado tendo em conta critérios de diversidade (e biodiversidade), custos de manutenção e de racionalização de consumo de água. Depois no que respeita ao modelo de manutenção: aqui Lisboa precisa de definir que tipo de recursos quer utilizar tendo como preocupação a racionalização de recursos financeiros. Várias soluções podem ser utilizadas e o caminho não deve ser exclusivo: meios humano próprios - jardineiros da Câmara, contratação de empresas de manutenção, delegação nas juntas de freguesia que tão bons resultados têm dado, protocolos com condominios e associações de moradores.
Os espaços verdes urbanos devem ser apropriados pelos cidadãos. Para que isso suceda, os espaços verdes da cidade devem ser modernizados e dotados de equipamentos que os tornem atractivos: como exemplos dei a rede de jardins digitais criada em 2006 (e infelizmente abandonada), a instalação de quiosques e esplanadas e a realização de eventos. Os jardins da cidade devem ser usados, ocupados, "gastos". Os espaços verdes da cidade não são reservas naturais. A câmara deve garantir a sua adequada programação, ocupação e manutenção em função das utilizações.
Foi um momento muito interessante e estimulante. Parabéns ao Núcleo de Lisboa da Quercus e um cumprimento ao Carlos Moura que moderou e ao Duarte Mata que comigo partilhou o debate de ideias sobre os espaços verdes de Lisboa.
quarta-feira, 17 de março de 2010
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