“O governo pode manter a situação de suspensão na educação ou então mudar de política e de ministra”
A mais recente crise na educação tem, entre os muitos inconvenientes, algumas virtudes. Parecem verificar-se dois consensos entre professores, pais, partidos políticos e comentadores em geral: Por um lado que são necessários mecanismos de avaliação no sistema de ensino. Por outro lado, esta proposta de avaliação dos professores não serve o país.
Porém, os inconvenientes superam as virtudes. O adiamento da qualificação do ensino, a falta de exigência, a permanente instabilidade, a desmotivação dos professores ou o descrédito do sistema educativo são factores que colocam em causa o futuro do país.
A situação a que se chegou na educação é insustentável. O assunto é demasiado grave e sério para que o governo permaneça numa atitude teimosa, com o primeiro-ministro obstinado em manter a ministra da educação mesmo que irreversivelmente fragilizada e desacreditada.
O governo tem dois caminhos: permanecer indiferente ao consenso nacional, mantendo a situação de suspensão na educação em Portugal e assim continuar a comprometer o futuro do país, ou então mudar. Mudar de atitude, mudar de política e mudar de ministra.
Se optar pelo segundo caminho, a actual crise pode ser uma oportunidade. Uma oportunidade de aproveitar as reflexões e os consensos alcançados na implementação de um sistema de avaliação consequente que mobilize todos os intervenientes e que os comprometa. Uma avaliação não só dos professores mas também das escolas e do sistema que permita comparar com outros sistemas de ensino. Uma avaliação que seja útil para fazer correcções e aperfeiçoar o sistema de ensino. Uma avaliação que se traduza na qualificação dos portugueses.
Texto publicado no jornal Meia Hora de quarta-feira, 26-11-2008
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
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