segunda-feira, 22 de abril de 2013

Porto de Lisboa, o Tejo e os lisboetas


O Governo anunciou uma ambiciosa estratégia de desenvolvimento do porto de Lisboa assente no reordenamento das actividades das zonas ribeirinhas do estuário do Tejo, envolvendo um investimento de cerca de mil milhões de euros, dos quais 80% serão privados e apenas 20% com recursos públicos.

O plano apresentado terá impacto em vários municípios das margens do estuário do Tejo, destacando-se como mais relevantes as intervenções na Trafaria (Almada), com a construção de um novo terminal de contentores, em Pedrouços (Lisboa), com a construção de uma marina e em Santa Apolónia (Lisboa), com a construção de um novo terminal de cruzeiros.

Deste modo, reafirma-se a polivalência e complementaridade das actividades portuárias e a sua importância para o desenvolvimento económico, turístico e de recreio. Em simultâneo, aponta-se de forma clara a localização adequada de cada uma das actividades, fazendo corresponder a cada uso as aptidões do território.

O porto de Lisboa deve continuar a promover o transporte e distribuição de mercadorias. Essa actividade deve ser concentrada na margem sul, com melhores condições naturais, desde que salvaguardadas as questões ambientais e garantidas as acessibilidades.

A criação de condições para o aumento do turismo de cruzeiros em Lisboa corresponde a uma estratégia adequada para promoção turística de Lisboa.

Por fim, a aposta no recreio, lazer e desportos náuticos, corresponde ao desenvolvimento de um potencial natural que, incompreensivelmente tem permanecido adiado.

A este propósito, cabe afirmar que é tempo de se promover a relação dos lisboetas com o “seu” rio. Naturalmente que são importantes as iniciativas que qualificam a margem do Tejo. Mas é tempo de nos indignarmos pelo facto de não existir um programa nas escolas de Lisboa que promovam o conhecimento e o contacto com o rio, bem como a promoção de actividades náuticas.


Texto publicado na edição de Abril de 2013 do Jornal de Lisboa