A recolha diferenciada de lixo porta-a-porta parece ter chegado a um impasse não declarado depois de se verificar que em muitas zonas da cidade os prédios não comportam os vários contentores necessários que ficam nas entradas dos prédios prejudicando o acesso e até condições de salubridade.
A separação de resíduos visa aumentar a reciclagem e a valorização de resíduos, diminuindo ainda a deposição em aterros sanitários e insere-se em planos nacionais e internacionais para a redução de resíduos. Tipicamente são separados: vidro, embalagens, papel, pilhas e resíduos orgânicos. Há outros sistemas que recolhem óleos alimentares usados, electrodomésticos, entre outros.
Há essencialmente dois métodos que procuram garantir a separação dos resíduos: as “ilhas” ou “ecopontos” colocados em vários locais de zonas urbanas e a recolha selectiva porta-a-porta.
A recente difusão do sistema de recolha porta-a-porta pretendia aumentar a quantidade de resíduos separados, bem como responder à deficiente manutenção dos ecopontos que recorrentemente se encontravam com lixo acumulado em volta.
Infelizmente, em Lisboa a implementação desta prática de recolha não foi acompanhada de uma sensibilização adequada e verifica-se uma deposição incorrecta dos resíduos nos contentores respectivos. Não menos grave é a constatação de que a Câmara não cuidou de assegurar a compatibilidade do sistema com o espaço disponível para arrecadar os contentores nos prédios que em muitos casos não comporta os contentores necessários, dificultando acessos e provocando mau cheiro nos prédios e falta de higiene.
A pressa e a falta de cuidado na generalização da separação e recolha selectiva de resíduos porta-a-porta em Lisboa provocaram o efeito contrário ao desejado: ao invés de promoverem a adesão dos cidadãos a práticas ambientalmente positivas, provocaram a aversão a atitudes socialmente correctas.
texto publicado na edição de Janeiro do Jornal de Lisboa
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
Voto não.
As iniciativas legislativas que visam admitir a maternidade de substituição como processo possível no âmbito da procriação medicamente assistida, mesmo que generosas, são precipitadas e demasiado arriscadas para serem viabilizadas. Esta é a visão bondosa das iniciativas, porque outras podem ser as motivações, e essas menos nobres. A tentativa de marcar a agenda com questões fracturantes e, mais grave ainda, o intuito de destruir as bases da organização da sociedade e a agressão de fundas convicções éticas da sociedade tornam algumas propostas inaceitáveis.
Houve discussão suficiente na sociedade? Não. Reflexão no interior de alguns partidos? Também não. Foram ponderadas as consequências e riscos associados a esta prática? Tão pouco. Será por isso responsável avançar com estas iniciativas? Creio que não.
Voto não por três razões: éticas, sociais e políticas.
Porque a concepção de um ser humano, a gestação e a maternidade em todas as suas dimensões são incompatíveis com a maternidade de substituição.
Porque o interesse das crianças deve ser respeitado. E o direito à identidade não pode ser colocado em causa. A maternidade não pode ser um negócio.
Porque o país espera dos políticos concentração na resolução dos problemas com que são confrontados. Tenho a convicção que os eleitores que me elegeram como deputado na Assembleia da República esperam que eu não aprove estas iniciativas.
Houve discussão suficiente na sociedade? Não. Reflexão no interior de alguns partidos? Também não. Foram ponderadas as consequências e riscos associados a esta prática? Tão pouco. Será por isso responsável avançar com estas iniciativas? Creio que não.
Voto não por três razões: éticas, sociais e políticas.
Porque a concepção de um ser humano, a gestação e a maternidade em todas as suas dimensões são incompatíveis com a maternidade de substituição.
Porque o interesse das crianças deve ser respeitado. E o direito à identidade não pode ser colocado em causa. A maternidade não pode ser um negócio.
Porque o país espera dos políticos concentração na resolução dos problemas com que são confrontados. Tenho a convicção que os eleitores que me elegeram como deputado na Assembleia da República esperam que eu não aprove estas iniciativas.
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