quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Lisboa e o lixo


Lisboa sofre uma greve dos funcionários do departamento de higiene urbana da Câmara Municipal de Lisboa.

Nos últimos anos, o departamento de higiene urbana da câmara de Lisboa foi alvo de uma modernização assinalável: instalações renovadas, novos equipamentos e a entrada de novos funcionários.

No entanto, há cerca de um ano, a limpeza urbana começou a ser tratada como um instrumento de propaganda, palco de encenações mediáticas.

Ainda durante a campanha eleitoral, António Costa prometia como prioridade uma “acção de limpeza de emergência” Já como presidente da câmara, seguiram-se as encenações de uma “acção de limpeza geral”, da “operação Natal” ou do anúncio da limpeza de “graffitis” no Bairro Alto com um “kit” que mais não é do que utensílios para que sejam, afinal, os moradores a limpar as paredes…

Lisboa deixou de ter uma política determinada de higiene urbana e vive agora de episódios mediáticos cujas consequências se traduzem na percepção da diminuição da limpeza na cidade.

Esta situação agrava-se com a instabilidade provocada pela súbita mudança do responsável político pela higiene urbana em Lisboa, ao sabor de conveniências partidárias que deixam para segundo plano o bom desempenho do serviço de limpeza da cidade.

A aposta na limpeza deve acompanhar o crescimento da cidade, os requisitos relacionados com a recolha selectiva de resíduos, os novos fenómenos como os “graffitis” e ainda o crescente nível de exigência dos cidadãos. Esta contínua evolução obriga a um permanente investimento em meios materiais e humanos, bem como a modelos de organização mais eficientes. Muito mais do que meros números mediáticos.


texto publicado no jornal "Meia Hora"
foto retirada de
http://www.antoniojorgegoncalves.com/

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